Imaginar o Futuro
Em setembro de 2025, a TOYNO esteve presente na Expo 2025 Osaka, com o tema Designing Future Society for Our Lives, no Pavilhão de Portugal. E levámos uma proposta muito concreta: imaginar.
Convidámos quem nos visitou a pensar o mundo daqui a 100 anos.
Como viveremos? Onde habitaremos? Como será a nossa relação com a tecnologia, com a natureza, com os outros?
Partimos do mar, com uma experiência imersiva inspirada na exposição “Variações Naturais”, desenvolvida em colaboração com o Museu Nacional de História Natural e da Ciência. Mas o que levámos para o Japão foi mais do que uma exposição: levámos um desafio com espaço para muitas respostas. E, claro, cadernos e muitos lápis e canetas, para recolher essas ideias.
No total, foram 323 visões do futuro, escritas e desenhadas por pessoas de 11 países. A maioria veio do Japão, mas as ideias cruzaram vários continentes. As crianças e os jovens participaram mais, quase sempre com desenhos e clareza. Os mais velhos responderam com sobriedade, com palavras como “preservação” ou “equilíbrio”. A palavra “paz” surgiu várias vezes, quase como uma base comum a todos os países, idades e géneros.

©️ Fotografia AICEP
A análise das visões de como poderá ser o futuro da humanidade revelou que 87% das respostas foram positivas e cheias de esperança. Falou-se de amor, sustentabilidade, avanço tecnológico, comunidade, felicidade, empatia. Apenas uma minoria expressou preocupações mais distópicas. Algumas respostas foram muito concretas, outras, poéticas, mas todas partiram da vontade de colaborar nesta visão de como será a vida daqui a 100 anos.
A imaginação fluiu para o fundo do mar, para o espaço, para o interior dos corpos. Falou-se de casas-floresta, cidades interplanetárias, sistemas de comunicação sem palavras, comunidades híbridas entre humanos e animais. Entre as propostas mais marcantes, destacamos algumas visões que nos ficaram gravadas: “No futuro o ser humano será um veggieman, assimilando características das plantas para conseguir uma vida em simbiose com o mundo natural. Ou “num mundo dominado pela AI, vamos ser constantemente alimentados e os nossos pensamentos controlados para acharmos que estamos constantemente de férias.” O corpo humano e a forma como será a sua adaptação ao futuro, resultou em respostas como “os nossos corpos serão hidrodinâmicos para ser adaptados à vida submarina. Vamos ter olhos grandes para ver no escuro, cabeça e braços hidrodinâmicos e mãos e pés com melhor capacidade de propulsão na água.” E o aumento demográfico traduziu-se desta forma: “ no futuro iremos continuar com o nosso dia-a-dia, mas em cidades subterrâneas.”



©️ Fotografias AICEP
Das 323 possibilidades de futuros imaginados, agrupámos as respostas em sete grandes visões:
Visão de Comunidade
Uma visão orientada por valores humanos universais como a empatia, a união e a harmonia, onde o bem-estar coletivo está no centro das relações.
Visão Tecnológica e Científica
Uma visão moldada pela inovação, ciência, tecnologia e inteligência artificial, onde a vida tal como a conhecemos é transformada por teletransporte, trabalho automatizado, alterações biológicas e biotecnologia.
Visão Cósmica e Exploratória
Uma visão cósmica, que expande o espaço humano para além dos limites da Terra, habitando o espaço, o fundo do mar ou novos ecossistemas, e reinventando a forma como vivemos.
Visão Aspiracional
Uma visão de futuro centrada na realização pessoal, no crescimento, na ambição e na conquista, valorizando o conhecimento em equilíbrio com a família, a comunidade e a inclusão.
Visão Social e Urbana
Uma visão focada na transformação das estruturas sociais e urbanas, através de novas formas de habitar e organizar comunidades regenerativas, sustentáveis e colaborativas, repensando o espaço comum.
Visão Idealista
Uma visão utópica, que projeta um futuro pacífico, justo, inclusivo e em harmonia com todas as espécies.
Visão Distópica
Uma visão que funciona como alerta: um futuro marcado por colapso ambiental, desigualdade, escassez e excesso de consumo, a sua pior versão possível.



Para a TOYNO foi mais do que uma experiência. Foi um momento em que trabalhámos como gostamos: lançamos um desafio e convidamos a comunidade a refletir connosco.
Hoje estamos ainda mais convencidos de que o futuro não se desenha por linhas certas.
Agora, vamos continuar este caminho. Levar estas visões a outros lugares. Partilhá-las com quem queira pensar o futuro connosco. Propor novos desafios, fazer novas perguntas.